A deficiência androgênica (diminuição da produção do hormônio masculino) acomete um percentual, acima dos 40 anos, ainda não bem definido na literatura. Durante o envelhecimento ocorre uma diminuição lenta e gradual dos níveis de testosterona. A terapia de reposição com a testosterona é usada por muitos autores quando a avaliação laboratorial repetida confirma este quadro clínico.
Para definir essa alteração típica do processo de envelhecimento, vários nomes foram usados na literatura: climatério masculino, menopausa masculina ou andropausa, etc., nomes usados erroneamente, pois se referem a alterações que ocorrem na mulher, cujo ciclo reprodutivo possui um fim determinado com a falência ovariana. A Sociedade Brasileira de Urologia (2002) preferiu chamar de deficiência androgênica do envelhecimento masculino (DAEM). A taxa de declínio da testosterona varia de 1 a 2 % ao ano, a partir dos 50 anos de idade.
Numerosas alterações anatômicas ocorrem nos testículos com a idade. O tamanho e o peso diminuem, e há também diminuição das células que produzem a testosterona.
As manifestações clínicas incluem: 1) diminuição do desejo sexual e qualidade das ereções, principalmente as ereções noturnas; 2) mudanças no humor com diminuição da atividade intelectual e orientação espacial; 3) fadiga, insônia, depressão e irritabilidade; 4) diminuição da massa muscular e aumento da deposição de gordura visceral na parte superior e central do corpo; 5) diminuição da quantidade de cabelos e pelos no corpo; 6) alterações da pele como diminuição da espessura e hidratação; 7) diminuição da densidade óssea mineral com resultante osteoporose (Morales, 2000; Morley e Perry, 2000).
O diagnóstico de deficiência androgênica parcial do homem idoso deverá ser estabelecido quando a testosterona total dosada entre as 06:00 e 08:00 horas da manhã estiver abaixo de 300 ng/dl em duas a três oportunidades consecutivas, e a concentração de SHBG (proteína que carrega o hormônio sexual para dentro da célula) elevada. Mas, somente as mudanças nos valores de exames laboratoriais não indica exatamente a necessidade de reposição.
Um dos métodos mais eficazes de reposição hormonal é o uso do Undecilato de Testosterona intramuscular. Mas, essa reposição só deve ser efetuada se houver comprovação dos sintomas com os níveis baixos de testosterona. Não deve ser usada em homens jovens por risco de infertilidade.
Benefícios do tratamento no envelhecimento masculino incluem uma melhora na sensação de bem estar, libido e força muscular; aumento da massa magra e diminuição limitada da massa gorda corpórea; diminuição da depressão do idoso. Não deve ser usada, no câncer de próstata e de mamas.
Procure o(a) urologista para fazer um diagnóstico e avaliar a necessidade de Reposição Hormonal Masculina. Referências: RBM – 2006